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A Força Aérea Brasileira recebeu, no início de setembro, o primeiro Embraer KC-390, que substituirá o Lockheed Martin C-130 Hercules na frota. A nova aeronave multimissão da FAB pretende disputar o mercado mundial neste segmento, dominado há décadas pelos norte-americanos.

Apresentamos a vocês um pouquinho da história do KC-390, bem como sua capacidade operacional e suas especificações. Confira!

KC-390: história do desenvolvimento

Em abril de 2007, no Rio de Janeiro, durante a feira de materiais de defesa Latin America Aero & Defence (LAAD), o KC-390 foi anunciado pela primeira vez.

Na edição de 2009 do mesmo evento, o lançamento do programa de desenvolvimento da aeronave foi feito. No mesmo ano, o Congresso Brasileiro aprovou a destinação de R$ 305 milhões à Embraer para que o KC-390 fosse desenvolvido. A Revisão Crítica de Projeto (CDR) da aeronave foi concluída em março de 2013.

Os dois protótipos previstos no programa de desenvolvimento foram apresentados em outubro de 2014 (PT-ZNF) e março de 2016 (PT-ZNJ). O primeiro voou pela primeira vez em 3 de fevereiro de 2015 e cumpriu mais de cem horas de voo até fevereiro de 2016.

Apesar do atraso de dois anos no cronograma de desenvolvimento do KC-390, a produção em série se iniciou em fevereiro de 2017. A primeira aeronave das três unidades da série voou pela primeira vez em 9 de outubro de 2018 e, dez dias depois do voo inaugural, recebeu a certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), habilitando a aeronave militar para comercialização e operação em todo o território brasileiro.

Propósito e função

O KC-390, de acordo com a FAB, foi desenvolvido para suprir algumas demandas que o C-130 Hércules não atendia. Dentre suas funções, estão:

  • Lançamento a baixa altura (LAPES – Low Altitude Parachute Extracting System);
  • Reabastecimento em voo (caças, transporte ou ISR e no solo);
  • Transporte de cargas paletizadas, de veículos leves e médios;
  • Lançamento de cargas e paraquedistas em todas as altitudes;
  • Evacuação aeromédica (UTI móvel e remoção de feridos);
  • Operação em pistas não pavimentadas e curtas;
  • Transporte e lançamentos de tropas e cargas;
  • Combate aéreo a incêndios florestais;
  • Busca e salvamento; 
  • Ajuda humanitária.

O KC-390 ainda pode ser adaptado para atender alguns segmentos civis, como indústrias de mineração e petróleo.

Capacidade operacional e especificações

kc-390

O KC-390 possui uma capacidade de carga de 26 mil quilos. Seu alcance com 23 toneladas de carga atinge 2.815 km. Com 35,20 metros de comprimento, 11,84 metros de altura, e 35,05 metros de envergadura, consegue navegar na altitude máxima de 11 mil metros, com velocidade de cruzeiro de 870 km/h.

KC-390 x Super Hercules

Em uma comparação com seu antecessor, o KC-390 se mostra mais rápido, pode atingir uma altitude maior, mas possui um menor alcance. Veja na comparação:

  • Capacidade de carga: 26.000 kg x 22.670 kg;
  • Comprimento: 35,20 metros x 34,37 metros
  • Altura: 11,84 metros; 
  • Envergadura: 35,05 metros x 40,41 metros;
  • Alcance: 2.815km (23 toneladas de carga) x 4.425 km (18 toneladas de carga);
  • Altitude máxima: 11.000 metros x 8.600 metros;
  • Velocidade de cruzeiro: 870 km/h x 660 km/h. 

Sistemas e equipamentos

O KC-390 possui dois sistemas de autodefesa: RWR/chaff & flare e o DIRCM – Directional Infrared Countermeasures. A aeronave conta com um sistema de reabastecimento em voo e um sistema HUD duplo. A Iluminação da cabina é compatível com sistemas de visão noturna.

Além disso, possui um preciso sistema de cálculo do ponto de lançamento de carga. Seu sistema de emergência de geração de energia elétrica (EEPGS – Emergency Electric Power Generator System) é do tipo RAT (Ram Air Turbine).

A propulsão é composta por dois Turbofans Pratt & Whitney IAE V2500-E5, com 31 330 lbf (139 400 N) de empuxo cada.

A aeronave KC-390 é o maior avião produzido na América Latina e se configura como um novo padrão para o transporte militar médio. Ele veio substituir o C-130 Hercules para atender melhor aos requisitos operacionais da Força Aérea Brasileira.  É ou não um motivo de orgulho para a aviação nacional?

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