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Todo ano, quando o mês de Maio se aproxima, surge a mesma dificuldade. Maio, mês do dia das mães. Um dia todinho delas — que na verdade são donas de todos os dias nos nossos corações. Digo dificuldade porque, pensa só, que complexo presentear quem te presenteou com a vida! O que vale a minha vida, que minha mãe permitiu que existisse? O que compensa o amor, carinho e educação que ela me deu? Um sapato? Uma bolsa? Um batom?

A verdade é que nada paga o valor de uma mãe. Nada paga noites viradas, anos (muitos e muitos anos) de dedicação, noites mal dormidas, rotinas exaustivas e o exercício de dezenas de profissões diferentes. Minha mãe sempre me disse: mãe — além de mãe — é também médica, terapeuta, cozinheira, advogada, amiga e mil outras coisas.

Lembro-me da época de criança, minha mãe acordando cedo, assando pãezinhos e fazendo o café. Na parte da manhã, ela nos ajudava — a mim e meu irmão — com nossos exercícios escolares; na parte da tarde, trabalhava. À noite, era momento família, sentávamos para conversar sobre nosso dia, a janta já pronta, o sorriso no rosto. Como se o dia tivesse sido simples, fácil. Ela sempre exalou amor e dedicação.

A jornada dela não era dobrada. Era triplicada, quadruplicada, talvez. Isso porque ela nunca deixou de ser mulher, de ser ela, pra ser mãe. Ela nunca deixou de sonhar e de realizar. Ela não trocou os sonhos que já tinha pelo sonho de ser mãe. Ela adicionou um sonho à mais na conta, adaptou sua vida à vinda de uma nova vida. Ela escolheu ser uma mulher multipotencial, trabalhar muito mais em troca de não abrir mão de nada. Ela nunca reclamou, nunca fraquejou e — até hoje — não desistiu.

Sei que muitas vezes ela se sentiu culpada por ser tanto, por não dar tudo de si para nós, por dividir sua vida entre tantos objetivos. O que ela não sabe é que ela deu tudo: tudo que podia (e tudo que pode). Ela não é só mãe, ela é fonte de inspiração. Ela me inspira a ser melhor a cada dia, a nunca desistir de ser eu, a lutar pelos meus sonhos sem deixar de lado a família, o amor e o carinho. Ela me ensinou a colocar o coração em tudo e a não poupar esforços quando ainda tenho muito que oferecer ao mundo e às pessoas.

Acho que o melhor presente que posso dar à minha mãe esse mês, é reconhecer que nada que que eu a dê vai superar o que ela fez e faz por mim. Agradecer mil vezes mil. Abraçar mil vezes mil. Amá-la de todo meu coração e tentar ser para outros metade do que ela fez por mim.

“Devo tudo que sou hoje à minha mãe” é clichê, mas é real demais. Ela lutou para me dar um futuro, abdicando da tranquilidade de ser uma só para ser mil em uma. Talvez ela realmente seja uma super-heroína e o superpoder dela seja esse: ser amor, ser dedicação, ser inspiração. Ser tudo em uma só.

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